Seguindo orientações do Ministério Público para sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, revelou que ao menos 62 políticos estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da estatal. Os nomes seriam de 12 senadores, 49 deputados federais e um governador, de ao menos três partidos: PT, PMDB e PP. As informações foram divulgadas pelo jornal“Folha de S.Paulo” na tarde dessa sexta-feira (5).
Segundo Costa, os políticos receberiam 3% dos contratos da Petrobras durante o período em que ele esteve à frente da diretoria de distribuição da empresa, no período de 2004 a 2012. Ainda segundo a “Folha”, na cela da Polícia Federal em que está preso, ele costumava dizer que não haveria eleição em 2014 caso revelasse o nome dos envolvidos.
A delação premiada é um acordo que o réu faz com a Justiça para que sua pena seja diminuída, em troca de informações que possibilitem o esclarecimento de outros crimes. No caso da Operação Lava Jato, a prioridade dos procuradores era descobrir como os parlamentares recebiam dinheiro e como as empreiteiras faziam pagamentos aos corruptos.
Costa é acusado de ter ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis estados e no Distrito Federal, desarticulada na Operação Lava Jato. Em um dos processos, Costa e o doleiro Alberto Youssef, além de outros acusados de desvio de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e alcançou gastos de R$ 20 bilhões.
Ele também é alvo de outra ação penal, na qual é acusado de obstruir as investigações. No processo, também são réus as duas filhas dele, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros.
Durante as investigações, o Ministério Público da Suíça informou que foram descobertas naquele país contas bancárias no valor de US$ 29 milhões. Segundo o órgão, foram identificadas 12 contas em bancos suíços sob o controle de Costa, suas duas filhas, genros e de um funcionário do doleiro Alberto Yousseff. Deste total, De acordo com o Ministério Público suíço, US$ 23 milhões pertenceriam a Costa.