Indústrias do vestuário da Capital produzem máscaras de proteção para doar e comercializar
31 MAR 2020 • POR FIEMS • 10h00
A procura foi tanta que o produto se encontra em falta nos mercados e farmácias de Mato Grosso do Sul.
Atentos a essa nova realidade, os empresários Juliana Aranda, da RU Uniformes, e João Miguel Pinto Costa, da Jovens Uniformes, ambos de Campo Grande (MS), estão produzindo o produto para doar para os serviços públicos nas áreas de saúde e segurança pública e também para comercialização.
A empresária Juliana Aranda abraçou a causa social e colocou sua estrutura à disposição de quem deseja ajudar confeccionando máscaras para as unidades de saúde. “Há diversas campanhas na cidade de grupos de amigos, empresários, enfim, da sociedade civil organizada, arrecadando doações de TNT para confecção de máscaras e aventais para os profissionais da saúde. Nós estamos recebendo esses tecidos para o corte”, ressaltou.
Em uma semana, a empresa já conseguiu fazer o corte de 40 mil máscaras, que serão doadas às equipes de saúde para ajudar no combate ao novo coronavírus. “Temos capacidade para cortar até 10 mil máscaras, então quem está fazendo esse tipo de campanha pode nos procurar porque muitas pessoas estão fazendo os cortes à mão, o que demanda muito tempo e nós temos aqui toda a tecnologia necessária disponível para ajudar. Acredito que esse é um momento em que todos devem ajudar como podem”, contou.
Na RU Uniformes, o equipamento de proteção já era fabricado desde 1993 a pedido de médicos e dentistas. “Mas sempre fiz poucas, porque era só para atender uma demanda desse público específico. Agora, muitas farmácias, mercados e empresas me procuraram para fazer essas máscaras para seus colaboradores e eu não podia perder a oportunidade de utilizar minha equipe, que está ociosa nesse momento de crise e paralisação de diversas atividades, para continuar produzindo, ajudando a sociedade e não comprometer a folha de pagamento”, afirmou Juliana Aranda.
Ela explicou que as lojas da RU Uniformes não estão abertas ao público, mas a indústria, que conta com cerca de 30 colaboradores, não parou as atividades. “Realmente caiu nosso movimento, mas com a ideia de produzir máscaras, está todo mundo na ativa. Sempre tomamos alguns cuidados básicos de higiene e segurança, que foram reforçados. Todos trabalham utilizando máscaras, há álcool em gel para higienização constante das mãos e os colaboradores estão mantendo a distância necessária entre eles para evitar contaminação”, destacou.
Jovens Uniformes
No caso da Jovens Uniformes, que há 22 anos atua no segmento de confecções em Campo Grande, o empresário resolveu dar sua contribuição para o combate à pandemia doando as máscaras para profissionais que atuam em serviços essenciais nas áreas da saúde e da segurança pública, enquanto o excedente será comercializado a preço de custo com os empresários locais. A capacidade diária é de duas mil máscaras, que são esterilizadas e encaminhadas, primeiramente, para a doação.
“A ideia surgiu há 15 dias, quando soube da dificuldade que o Corpo de Bombeiros estava enfrentando para adquirir as máscaras. Decidimos colaborar com a sociedade fazendo a nossa parte e, ao comunicarmos aos nossos colaboradores que estávamos abraçando essa causa social. Todos se sentiram motivados e a gente percebe que eles sentem prazer em poder ajudar”, contou João Miguel Costa, reforçando que, após fazer as doações, as máscaras que sobrarem serão vendidas para os comerciantes locais a preço de custo.
Ainda de acordo com ele, além do Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, o Hospital Regional e a Sesau já foram contemplados com as doações. “Dos 60 colaboradores, 36 estão trabalhando nas confecções das máscaras, já o restante continua produzindo os demais produtos da indústria. Neste momento, nós estamos dando prioridade para esse trabalho e pode haver algum atraso para nossos clientes, mas não deixamos de trabalhar para assim, garantir o emprego de todos nossos funcionários”, declarou.