Investimentos têm queda de 5,3% no 2º trimestre
30 AGO 2014 • POR Mariana Anjos / Fonte: Agência Brasil • 10h52O desempenho dos investimentos teve peso na queda da economia brasileira no segundo semestre deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com os primeiros três meses do ano anterior, a Formação Bruta de Capital Fixo, total investido, caiu 5,3%.
Quando relacionados ao resultado do mesmo período do ano passado, os investimentos tiveram retração de 11,2%, o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2009. Em números absolutos, foram investidos R$ 209,8 bilhões.
No primeiro semestre deste ano, a Formação Bruta de Capital Fixo acumula queda de 6,8% e, em 12 meses, comparados aos 12 meses anteriores, registra recuo de 0,7%. A gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque, disse que houve queda entre os principais componentes dos investimentos, a indústria de construção e a de máquinas e equipamentos: "Os insumos consumidos pela construção caíram, e também houve queda do emprego no setor."
Na indústria da construção civil, houve queda de 8,7% na comparação com o ano passado, a pior variação desde o primeiro trimestre de 2002. Quando considerados os três primeiros meses do ano, houve recuo de 2,9%.
Já a indústria de transformação caiu 5,5%, na comparação com o segundo trimestre de 2013, e 2,4% ante o primeiro deste ano. Além de pesar nos investimentos, o desempenho puxou a queda do setor industrial, que chegou a -1,5% na comparação com janeiro, fevereiro e março de 2014, e a -3,4% na relação com o ano passado. As importações de máquinas e equipamentos também recuaram, assim como os automotivos.
Entre as razões para o mau desempenho, estão a Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho, período em que muitas cidades decretaram feriados, e os resultados da indústria automotiva, que, segundo o IBGE, vem sendo prejudicada pela queda nas exportações para a Argentina e a Venezuela e pela baixa renovação da frota.
Outros fatores que pesam sobre o setor neste ano são a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o aumento da taxa básica de juros (Selic). "A Selic influencia porque bens de capital e de consumo duráveis dependem de financiamento e crédito", disse Rebeca. No segundo trimestre do ano passado, a Selic estava em 7,5% e, neste ano, encontra-se em 10,9%.
Os resultados baixaram a taxa de investimento para 16,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), a mais baixa desde 2006.