Inflação de julho fecha em 0,22% em Campo Grande

7 AGO 2014 • POR Mariana Rodrigues/Informações Assessoria • 14h57

 No mês de julho a inflação na Capital foi de 0,22%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp. O número é ligeiramente maior que o mês anterior, quando atingiu 0,01% - o menor índice nos últimos 11 meses. A pesquisa revela que esse leve aumento foi ocasionado, principalmente, por uma elevação de preços nos serviços do grupo Despesas Pessoais, como cartórios e mensalidades de clubes.

Desde abril deste ano, o Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp vem registrando uma tendência de queda na inflação. Na visão do coordenador do NEPES, Celso Correia de Souza, mesmo com o pequeno aumento de julho em relação a junho, o comportamento de baixa inflação deve permanecer até o final do ano, uma vez que o fraco desempenho da economia, o endividamento do consumidor e a dificuldade na concessão de créditos por parte dos órgãos financeiros são aliados para esse resultado.

Quase sempre o vilão da alta inflação, desta vez o grupo Alimentação apresentou queda de      -0,71%, sinalizando que fatores climáticos têm contribuído para a produção de produtos hortifrutícola.

O coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, acrescenta ainda que “o temor de que os preços da carne bovina poderiam impactar para cima a inflação, não aconteceu, mesmo já estando na entressafra desse produto. Apesar de algumas dificuldades dos frigoríficos em completar a sua pauta semanal de abate, o varejo está com excesso de carne e a demanda pelo produto está baixa”.

Outro ponto percebido nos dados do IPC/CG é um ligeiro aumento da carne suína. “A nosso ver, há uma migração do consumidor para esse tipo de carne, que está bem mais barata do que a carne bovina”, diz o coordenador do NEPES, Celso Correia de Souza.

Inflação Acumulada – Nos últimos doze meses foi registrada em Campo Grande uma inflação acumulada de 6,47%, ainda acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%, mas abaixo do teto da meta que é de 6,5%. No período, as maiores inflações acumuladas por grupos foram: Alimentação, com 9,35%, Educação, com 8,45%, e Despesas Pessoais, com 7,18%, ou seja, os três ramos com inflações superiores à inflação acumulada nesses últimos doze meses.

Analisando os sete primeiros meses do ano a inflação acumulada é de 4,16%. Nesse tempo, os maiores índices por grupos foram: Educação, com 8,26%, e Alimentação, com 5,94%.

 

Os dez mais e os dez menos do IPC/CG – Os responsáveis pela inflação do mês de julho foram: pneu novo (0,07%), papelaria (0,05%), arroz (0,04%), sabão em barra (0,02%), Sabão em pó (0,02%), sabonete (0,02%), aluguel casa (0,01%), aluguel de apartamento (0,01%), blusa (0,01%), e açúcar (0,01%). 

Já os dez itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, em Campo Grande, foram:  batata (-0,11%), tomate (-0,04%), gasolina (-0,04%), alcatra (-0,03%), costela (-0,03%), feijão (-0,03%), diesel (-0,03%), acém (-0,03%), alface (-0,02%) e etanol (-0,02%).

Segmentos

Em julho, o grupo Habitação apresentou uma pequena inflação de 0,20% em relação ao mês de junho. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: DVD (6,87%), sabão em barra (6,51%), forno microondas (3,69%), entre outros. Queda de preços ocorreu com fogão (-5,01%), liquidificador (-3,74%), desinfetante (-3,28%), entre outros itens.

O índice de preços do grupo Alimentação demonstrou uma grande deflação, da ordem de -0,71%, cedendo bastante em relação aos meses anteriores. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: limão, com 8,41%, melão, com 6,65%, vinagre com 6,39%, entre outros. Uma forte queda de preços foi registrada com batata (-25,51%), repolho (-21,57%), tomate (-13,98%), beterraba        (-12,75%), entre outros.

Também houve queda nos preços da carne bovina. Os principais tipos que apresentaram redução foram: filé mignon (- 5,14%), costela (- 4,70%), peito (-2,55%), acém (-2,49%) e alcatra (-2,29%). “A carne bovina aumentou muito no final do ano passado, início deste ano e no período da Copa do Mundo. Por conta disso está havendo uma retração de consumo e a migração para as carnes suínas e de frango que estão com preços bem mais convidativos”, explica o coordenador do NEPES Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza. Por conta disso, os cortes suínos sofreram aumento, destaque de 4,81% registrado na costeleta, 3,69% do pernil e de 0,60% da bisteca. O frango resfriado teve queda de preço de -1,88%, e os miúdos de frango elevação de 2,27%. 

Passando para o grupo Transportes, o levantamento demonstra um moderado aumento de 0,40%, devido a elevação nos preços de pneus novos (5,94%), passagens de ônibus interestadual (3,98%) e ônibus intermunicipal (0,87%). Quedas de preços neste grupo ocorreram com gasolina (-2,23%), etanol (-2,19%) e diesel (-1,03%).

O Grupo Educação apresentou uma alta moderada em seu índice, de 0,49% devido a aumentos de produtos de papelaria, de 4,78%.

Já o grupo Despesas Pessoais apresentou a maior inflação de todos os grupos, da ordem de 2%. Alguns produtos que tiveram aumento de preços foram: serviços de cartório (16,65%) mensalidades de clubes (8,43%), absorvente higiênico (8,11%), entre outros itens. Queda de valores ocorreu com itens como sabonete (-2,43%) e papel higiênico (-2,04%).