O bloqueio da Perimetral Norte, em Dourados, que acontece desde o fim da tarde do último domingo, permanece por tempo indeterminado. O grupo de indígenas que ocupa o local e bloqueou a pista com pneus, galhos secos, entre outras barreiras, promete não sair da via enquanto quebra molas e sinalização não forem instalados.
Nessa segunda-feira, o secretário municipal de governo, José Jorge Filho, esteve na Perimetral para conversar com lideranças. Filho alegou que a prefeitura não tem responsabilidade pela via, e disse que a administração municipal intermediaria uma audiência com o governador André Puccinelli, o que não aconteceu até o momento.
“Enquanto não conversarmos com ninguém que possa de fato resolver o nosso drama, não vamos nos retirar. Temos seis mortes de indígenas aqui e não queremos mais sangue derramado. A comunidade vai permanecer aqui e podemos fechar outros lugares se nada caminhar”, explicou a liderança da aldeia Bororó, Gaudêncio Benitez.
Já o possível fechamento da MS-156, que liga Dourados a Itaporã, está descartado momentaneamente. Isso foi o que garantiu a liderança da aldeia Jaguapiru, Laucídio Ribeiro Flores.
“Apoiamos o movimento na Perimetral, e o possível fechamento da MS-156 seria em apoio à greve dos professores. Mas, nessa segunda foi votado o reajuste para a categoria e resolvemos não fechar a rodovia por enquanto”, explicou Flores.
Equipes da Força Nacional acompanham o movimento dos indígenas na Perimetral Norte e orientam motoristas. O bloqueio da Perimetral teve início após o atropelamento de uma indígena de 46 anos, que acabou falecendo ontem no Hospital da Vida. De acordo com representantes do Conselho Indígena, esta foi a sexta morte na rodovia nos últimos meses.