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ONU: 77% da energia mundial pode vir de fontes renováveis até 2050

15 maio 2011 - 11h19


Segundo relatório do IPCC, disparada da energia limpa sobre combustíveis fósseis só será possível com adoção de políticas energéticas consistentes



As energias renováveis têm potencial para se tornar a principal fonte energética mundial nas próximas quatro décadas. Responsáveis por 12,9% da produção de energia global em 2008, as fontes limpas podem dobrar sua participação até 2035 e chegar a 77% do total em 2050. A previsão é de um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, divulgado nesta segunda-feira (9).

No entanto, de acordo com o estudo, para as fontes de renováveis se tornarem dominantes nas próximas décadas, superando os combustíveis fósseis, serão necessárias políticas energéticas específicas e consistentes. Em grande medida porque o setor precisa lidar com custos elevados para o desenvolvimento de tecnologia limpa. Outro desafio será a integração dessa energia nos sistemas elétricos nacionais.

"Com intervenções políticas que incluam os impactos ambientais nos preços das energias seria possível mensurar os efeitos negativos do uso de fontes fósseis e reconhecer os benefícios econômicos, sociais e ambientais das renováveis, o que pode estimular a sua adoção", diz um trecho do texto. O relatório da ONU mostra ainda que a emergência das fontes limpas pode evitar a emissão de 220 a 560 gigatoneladas de gases de feito estufa na atmosfera ao longo de 40 anos - entre 2020 e 2050 estão previstas emissões cumulativas totais de 1,53 trilhão de toneladas.

Dessa forma, seria possível assegurar a permanência das concentrações anuais de GEE abaixo de 450 partes por milhão, o que é suficiente para limitar o aumento da temperatura média global a dois graus centígrados e evitar as piores previsões das mudanças climáticas. No cenário mais otimista, o relatório antevê um investimento de 5,1 bilhões de dólares em energia renovável na próxima década, e mais outros 7,2 bilhões de dólares devem ser injetados no setor entre 2021 e 2030.


 


Karla Lyara/Exame

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