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Brasil tem o 3º maior déficit em conta corrente, diz FMI

01 outubro 2014 - 11h12Por Mariana Rodrigues/Informações Terra

 Segundo dois capítulos do novo relatório World Economic Outlook ('Perspectivas da Economia Mundial') divulgados nessa terça-feira (30) pelo FMI, desde 2006 foi registrado aumento nos deficits - a diferença entre o que o governo gasta e o que arrecada - de algumas das principais economias emergentes, entre elas Brasil, Índia, Indonésia, México e Turquia, além de avançadas economias exportadores de commodities, como Austrália e Canadá.

De acordo com dados do Banco Central, em 2013 o Brasil registrou deficit de US$ 81,075 bilhões em suas transações correntes com outros países, equivalente a 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse resultado foi o pior desde 2001.

No ranking das dez economias com maiores deficits em 2013 listadas pelo FMI, o Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos (deficit de US$ 400 bilhões, ou 2,4% do PIB) e da Grã-Bretanha (deficit de US$ 114 bilhões, ou 4,5% do PIB).

Para 2014, o Banco Central prevê que o saldo negativo nas transações correntes fique em US$ 80 bilhões. No mês passado, o deficit em conta corrente do Brasil foi de US$ 5,489 bilhões. O acumulado em 12 meses é de 3,47% do PIB.

O Brasil também aparece em terceiro lugar na lista do FMI que reúne as maiores economias devedoras, atrás dos EUA e da Espanha, com passivo externo líquido de 33,4% do PIB em 2013.

Infraestrutura

Em outro capítulo do World Economic Outlook divulgado nesta terça, o FMI afirma que este é um bom momento para que países com necessidades de melhoras na infraestrutura impulsionem projetos do tipo.

O Fundo ressalta que os custos de endividamento estão em níveis baixos e há pouca demanda nas economias avançadas.

O documento cita o Brasil, ao lado de Índia, Rússia e África do Sul, como uma das economias emergentes nas quais gargalos de infraestrutura "não são apenas uma preocupação de médio prazo, mas foram sinalizados como uma limitação até para o crescimento de curto prazo".

"A infraestrutura pública é um fator essencial para a produção", diz o documento.

De acordo com o relatório, quando são realizados investimentos eficientes para satisfazer necessidades claramente especificadas, os projetos financiados com endividamento podem ter efeitos importantes na produção, sem provocar aumentos na relação entre dívida e PIB.

A divulgação dos capítulos do relatório ocorre às vésperas da reunião anual do FMI, marcada para a próxima semana, em Washington.

A divulgação completa do documento está prevista para 7 de outubro.

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